Sun Yang e Katinka Hosszu douram o terceiro dia da natação

Depois do ouro de Londres nos 400 e 1500 livres, Sun Yang junta o ouro nos 200 livres à prata que já tinha conquistado nos 400 no Rio de Janeiro.

O sul-africano Chad Le Clos, especialista da mariposa, tendo conquistado ouro e prata em Londres 2012, conseguiu nadar para a prata nos 200 livres, confirmando a evolução que vem mostrando nesta especialidade.

O bronze foi conquistado pelo norte-americano Conor Dwyer, apenas a três centésimas da prata.

O britânico James Guy, 6.º nos 400 livres, foi 4.º, seguido de Francis Haas dos EUA e do ainda recordista mundial, o alemão Paul Biedermann foi 6.º, o nipónico Hagino 7.º e o russo Krasnykh 8.º.

Katinka Hosszu quer mesmo perpetuar o seu nome e justificar o epíteto de ‘Dama de Ferro’. A recordista mundial dos 100 costas consegue uma ponta ao seu nível para arrebatar o segundo ouro olímpico no Rio 2016.

Kathleen Baker dos EUA foi a 2.ª classificada enquanto o bronze tem direito a dupla subida ao pódio.

Kylie Masse confirma a sua subida nos rankings mundiais e depois de ter batido o recorde canadiano alcança o pódio olímpico. Elaine Tanner, prata em 68, e Nancy Garapick, bronze em 76, antecederam Masse como canadianas medalhadas olímpicas nos 100 costas.

Já Yanhui Fu faz história para a China, a primeira medalha olímpica de sempre do país nos 100 costas, masculino ou feminino!

Mie Nielsen da Dinamarca foi 5.ª, Olivia Smoliga dos EUA 6.* e as desilusões vieram da Austrália, onde a candidata à vitória Emily Seebohm se quedou pelo 7.º lugar e Madison Wilson foi 8.ª.

Nos 100 costas masculinos foi o norte-americano Ryan Murphy a obter o ouro olímpico com novo recorde da competição.

Jiayu Xu viu a sua compatriota e também atinge o pódio. Até 2016 nunca a China tinha ido ao pódio olímpico nos 100 costas, agora consegue bronze no feminino e prata no masculino!

O bronze foi para o também norte-americano David Plummer. O australiano Mitchell Larkin e o francês Camille Lacourt ficaram aquém de um pódio a que eram candidatos. O russo Rylov foi 6.º, o japonês Irie 7.º e o romeno Glinta, a surpresa da final, o 8.º.

A polémica que Lilia King alimentou viu as bancadas incendiarem-se em assobios à russa Efimova. A norte-americana venceu com novo recorde olímpico os 100 metros bruços mas, como a própria Yuliya Efimova indicou e muitos elementos atentos ao fenómeno desportivo avisam, se há nação que não pode ‘atirar pedras’ sobre batota e doping às restantes é mesmo os EUA, onde o caso Balco foi ‘varrido’ para debaixo do tapete e sabe-se que muitos dos envolvidos continuam a trabalhar de forma bem próxima com o desporto dos EUA, onde o escândalo Lance Armstrong apenas veio a público por muita insistência investigativa jornalística e contra as próprias autoridades desportivas e de anti-dopagem, entre muitos outros casos que denunciam facilmente a dualidade de critérios.

Lilia King confirmou o favoritismo nas eliminatórias, onde foi a mais rápida e bateu na final Yulya Efimova, que arrebatou a prata, e a norte-americana Catherine Meili foi bronze.

A chinesa Jinglin Shi foi 4.ª, Rachel Nicol do Canadá 5.ª, Hrafnhildur Luthersdottir da Islândia 6.ª – a surpresa na final – enquanto desiludiu a lituana Ruta Meilutyte, recordista do mundo a denotar uma forma menos boa nesta altura. A jamaicana Alia Atkinson foi a 8.ª.

Os saltos chineses produzem mais um ouro

Em Londres 2012 Cao Yuan, saltador do ano da FINA em 2014, emparelhou com Zhang Yanquan para o ouro olímpico na Plataforma Sincronizada 10 metros masculinos, o terceiro consecutivo para a China, a grande dominadora da modalidade. Na prata ficaram os mexicanos Iván García e Germán Sánchez, vice-campeões mundiais em 2015, e o bronze estreou os norte-americanos em medalhas nesta disciplina, com Boudia e McCrory a alcançarem esse feito.

Desiludiram na final 2016 os pares do leste da Europa, os alemães Hausding/Klein, prata em Pequim 2008, andaram num vaivém, começando de forma bastante discreta face ao seu valor, mas recuperando nos saltos sem o limite de dificuldade, e os britãnicos Daley/Goodfellow, igualmente num sobe-e-desce durante a prova, acabaram a lutar pelo pódio, descendo durante o desenrolar da prova a dupla mexicana, prata de Londres, que começou em posição medalhada nos saltos com limite de dificuldade, mas foram ultrapassados pelos europeus nos seguintes.

Yue Lin, campeão olímpico em 2008 com Liang Huo, regressa para os de 2016, agora ao lado do prodigioso Aisen Chen, campeões do mundo em Kazan 2015, e o par continua a mostrar a perfeição chinesa nos Saltos para a Água.

A vantagem chinesa foi avassaladora, quase a atingirem 500 pontos (496.98), maior vantagem de sempre, perto dos 40 pontos, mas os norte-americanos atingem a prata, Boudia a repetir presença e subir de bronze para prata, agora ao lado do debutante Steele Johnson, de 20 anos, que alcançam um lugar superior face a 2012 apesar de terem obtido uma pontuação total cerca de seis pontos inferior.

Como esperado, o par brasileiro foi 8.º, russos ficaram em 7.º e ucranianos em 6.º. Os mexicanos, bronzeados em Londres, terminaram a prova de 2016 em 5.º lugar.

O último salto da prova observou Tom Daley e Daniel Goodfellow baterem os alemães Hausding/Klein para reclamarem o bronze final.

Depois dos títulos mundiais, a glória olímpica para Sjostrom e a Suécia em nova noite de recordes

Continuam a cair os máximos mundiais da natação nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Sjostrom nos 100 mariposa, Peaty por duas vezes nos 100 bruços, Katie Ledecky nos 400 livres acrescem aos batidos no dia inaugural.

Apesar de nomes fortes como Josefin Lillhage, Anna-Karin Kammerling ou a fantástica e eterna Therese Alshammar, a verdade é que a Suécia nunca havia sido campeã olímpica na natação feminina, mais um feito para a menina bonita da natação nórdica actual, Sarah Sjostrom, conquistar. Depois dos três títulos mundiais, do domínio total nos 100 metros mariposa, onde continua a baixar o máximo mundial, chega a sua primeira medalha olímpica, aos 22 anos, com recorde do mundo estabelecido agora em 55,48 segundos.

O triunfo de Sjostrom foi avassalador ao ponto de dar um segundo à medalha de prata, a estrela juvenil Penny Oleksiak, que surpreendeu todos para esta 2.ª posição.

Oleksiak obteve seis medalhas nos Mundiais juniores de 2015, tem somente 16 anos, já uma ‘millenial’. Nas qualificações canadianas bateu o recorde nacional absoluto e mundial júnior nos 100 mariposa, mas não se esperaria que batesse Dana Vollmer, Mckeon, Ottesen e as chinesas, como fez.

Depois da fantástica Meilutyte, que surgiu há quatro anos em grande estilo, surge uma nova adolescente, fazendo lembrar os anos 90, início dos 2000 da natação, com o constante surgimento de talentos juvenis a baterem os mais velhos. Oleksiak soma a segunda medalha pois fez parte da surpreendente estafeta canadiana que ‘roubou’ o pódio nos 4×100 livres, a outra prova em que é especialista e estará novamente frente-a-frente com Sjostrom e afins.

A mamã Dana Vollmer tem de contentar-se com o bronze. Arlen nasceu há cerca de ano e meio mas a multimedalhada norte-americana regressou às piscinas e soma a sua sexta medalha em Jogos Olímpicos, juntando o bronze ao ouro conquistado nos 100 mariposa em Londres 2012.

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Arlen é o rebento de Dana Vollmer, nascido em Março de 2015. A nadadora continua a brilhar no regresso às piscinas. Foto: http://www.sandiegouniontribune.com

Xinyi Chen e Ying Lu, ambas da China, ficaram em 4.º e 5.º, a japonesa Ikee foi 6.ª, a australiana Mckeon – já medalhada e parte do recorde mundial da estafeta livre – foi 7.ª e Jeanette Ottesen da Dinamarca quedou-se pela 8.ª posição.

Dominador nos 50 e 100 bruços, o jovem britânico Adam Peaty não se satisfez com o recorde do mundo nas eliminatórias, guardou-se nas meias-finais e volta a baixar a melhor marca de sempre na final, passando de 57,55 segundos para 57,13, um segundo e meio adiante do medalha de prata, o sul-africano Cameron Van Der Burgh, que defendia o título de 2012.

O bronze foi para Cody Miller dos EUA, seguido do compatriota Kevin Cordes, do brasileiro João Gomes, do japonês Koseki, o canarinho Felipe França e o cazaque Balandin.

Em quatro anos o recorde do mundo caiu em quase dois segundos. Van Der Burgh nem acreditava quando bateu o máximo mundial em Londres 2012.

Katie Ledecky partia como favorita para os 400 metros livres. Em Agosto de 2014 baixou por duas ocasiões o anterior máximo, que era detido pela italiana Federica Pellegrini desde 2009. Depois de ter sido a primeira – e única –  baixar do segundo 59, agora a norte-americana de somente 19 anos ainda atinge novo ouro olímpico com um recorde mundial de 3.56,46, com quase cinco segundos de vantagem para a segunda posicionada, a galesa Jazz Carlin, que sucede a ‘Becky’ Adlington, campeã olímpica em Pequim e bronze em Londres nesta prova, enquanto o bronze fica com Leah Smith dos EUA.

A noite brasileira, madrugada europeia concluiu-se nos Jogos com a estafeta de 4×100 livres masculinos. Michael Phelps somou a 23.ª medalha, 19.ª de ouro, numa estafeta que incluiu Caeleb Dressel a abrir, Ryan Held no terceiro percurso e Nathan Adrian a fechar.

Depois do triunfo em 2012, os franceses ficaram com a prata. 2.ª em 84, campeã em 2000, bronze em 2008, a Austrália repete o pódio de 2008, batendo a Rússia , 3.ª nos Jogos londrinos.

Abertura de piscina com recordes mundiais

A natação arrancou com um novo máximo mundial, o inglês Adam Peaty baixou de 57,92 para 57,55 segundos o seu recorde do mundo dos 100 metros bruços.

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Peaty satisfeito com o novo recorde. Foto: olympics.nbcsports.com

Até Londres 2012 o Japão nunca tinha sido medalhado nos 400 metros estilos, Kosuke Hagino alterou isso e alcançou o bronze aí. Quatro anos depois, o nadador nipónico estabelece novo recorde nacional, asiático e torna-se no terceiro homem de sempre n
esta prova, apenas atrás de Phelps e Lochte, para conquistar o ouro no Rio 2016.

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Depois do bronze londrino, Hagino gostou e venceu os 400 estilos no Rio 2016. Foto: sg.finance.yahoo.com

Chad Kalisz dos EUA obtém a prata e o bronze é para o também japonês Daiya Seto, confortável 3.º à frente do britânico Max Lichtfield, do norte-americano Litherland e do australiano Fraser-Holmes.

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Mack Horton convenceu na piscina, depois da polémica nos treinos com o rival chinês e campeão olímpico em título Sun Yang, batendo este no Rio 2016. Foto: http://www.abc.net.au

Nos 400 metros livres o primeiro chinês a ganhar uma prova de natação masculina, Su Yang, em 2012, foi batido pelo australiano Mack Horton, que ‘sucede’ a Ian Thorpe ‘Torpedo’, o campeão da prova em 2000 e 2004, e a Murray Rose, 56 e 60, também australiano, os únicos que conseguiram defender o título olímpico com sucesso nestes 400 metros, sendo ainda de sublinhar Brad Cooper, campeão em Munique 72, igualmente ‘aussie’. Sun Yang foi medalha de prata e o bronze coube ao italiano Gabriele Detti. Detti é apenas o segundo transalpino a subir ao pódio nos 400 livres, depois do consagrado Massimiliano Rosolino ter obtido a prata em 2000.

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‘Massi’ Rosolino a exibir a medalha conquistada em Sydney 2000. Foto: http://www.ussanfelice.it

A Katinka Hosszu faltava somente o ouro olímpico nas dezenas – talvez mais de 100 já – medalhas que já coleccionou. E a ‘Dama de Ferro’ fê-lo em grande estilo, com novo recorde do mundo dos 400 metros estilos em 4:26.36! Depois de o ter ‘namorado’ nas eliminatórias, Hosszu bate mesmo – e de forma concludente – o recorde mundial nos 400 estilos.

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A ‘Dama de Ferro’ Katinka Hosszu consegue finalmente o tão almejado ouro olímpico, o que lhe faltava num medalheiro fabuloso e com recorde do mundo nos 400 livres. Foto: http://www.betswim.com.br

Como uma das potências da natação, apesar de ser um país sem mar, a Hungria continua a produzir talentos de primeiro nível para as piscinas e prevê-se que Rio 2016 assegure mais algumas medalhas.

Desde a fantástica Krisztina Egerszegi, campeã olímpica em 1992 e 3.ª em 1996, que a Hungria não ganhava uma medalha nos 400 estilos femininos.

Krisztina Egerszegi, a ‘rainha’ da natação

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Foi assim que celebrou o seu ouro olímpico Katinka Hosszu. Foto: Reuters

Depois de Hosszu ficaram Madeline ‘Maya’ DiRado dos EUA e a espanhola de Badalona Mireia Belmonte García, que soma mais uma medalha para o seu historial, ela também ainda em busca do seu primeiro ouro olímpico. Mireia garante a primeira medalha de Espanha nos estilos, seja 200 ou 400, masculino ou feminino.

Hannah Miley (4.ª) da Grã-Bretanha e a prata de 2012 Elisabeth Beisel (6.ª), dos EUA, desiludiram um pouco.

A fechar a noite, também no Brasil, já quase na meia-noite local, terceiro recorde do mundo, naquele que era o ouro mais esperado pela natação australiana, o dos 4×100 livres femininos, ainda mais fortes face à forma de Cate Campbell, que recentemente bateu o recorde mundial dos 100 livres. Nas eliminatórias já haviam batido o recorde olímpico e na final abriram atrás das norte-americanas com Emma Mckeon, Brittany Emslie fechou a 0.70 dos EUA mas as irmãs Campbell, primeiro com Bronte a recuperar e terminar na frente e depois com Cate a acelerar para o recorde, não deram hipóteses à concorrência, que se deu ao luxo de colocar a fundista Katie Ledecky a fechar o quarteto, na ânsia de lhe dar mais medalhas e procurar que a ainda muito jovem nadadora aproxime os feitos das ginastas soviéticas, no que ao número de medalhas em Jogos diz respeito.

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De todo aguardado foi o bronze nesta prova. Se Suécia, Holanda, Itália ou mesmo França pensavam numa medalha, foram as canadianas a realizarem uma notável prestação, Sandrine Mainville, Chantal Van Landeghem, Taylor Madison Ruck e Penny Oleksiak, atingindo o lugar mais baixo do pódio. Em 1968 e em 1976 já o haviam conseguido, sendo de sublinhar Marion Lay, que depois dessa medalha – a de 68 – e da carreira desportiva terminada assumiu-se como homossexual, numa altura bem mais complicada para o fazer.

Em relação à participação portuguesa no dia 1 da natação, Victoria Kaminskaya esteve distante do seu recorde nacional nos 400 estilos, fazendo o 28.º tempo entre as presentes a cerca de três segundos e meio da sua melhor marca.

Alexis Santos, por seu turno, bateu o recorde nacional nos 400 estilos, fixando-o agora em 4:15.84, fazendo 14.º entre os nadadores presentes e realizando assim a segunda melhor prestação de um nadador luso em Jogos Olímpicos, apenas superado pelo fantástico Alexandre Yokochi e o 9.º nos 200 bruços de Seul 1988, a uma braçada da histórica final.